A linguagem dos economistas, especialmente os agentes do mercado financeiro tem sido ao longo do tempo afunilada para compreensão apenas de pessoas ligadas ao meio, rebuscada e de difícil entendimento para a maior parte dos brasileiros. O grande porém desta questão é que desta mesma turma advém também o debate sobre o orçamento público, para políticas sociais. Ora, sabemos que a constituição federal de 1988 está repleta de direitos para os cidadãos brasileiros; entretanto estes direitos não são automáticos ou gratuitos, o dinheiro tem de sair de algum lugar e ser deslocado para outro lugar.E como a maior parte dos brasileiros, especialmente os da pobreza, miséria, penúria extrema e afins são os que menos entendem absolutamente nada de orçamento público, mercado financeiro, políticas públicas e financeirização, acabamos por apoiar,
É interessante o nosso modelo de democracia: o voto é de todos, a decisão de como aplicar o dinheiro dos impostos com critérios pragmáticos,pontuais e objetivos fica nas mãos de uns poucos com poder de votação e barganha (chamada eufemisticamente de “negociação”). Desta maneira a redistribuição para um modelo de país capaz de fazer justiça social e reformas respeitosas ficam atrelados aos privilegiados, 6 famílias que concentram uma riqueza de mais de 200 milhões de brasileiros, a fome, a penúria e a miséria sendo tratadas ora com desdém, ora como objeto de troca para fins eleitoreiros, enquanto saúde, educação, segurança pública com todo o aparato de justiça siga subliminarmente a ortodoxia neoliberal, ou seja direitos transformados em meros serviços, na maioria das vezes contratados, ou seja paga-se no mínimo 2 vezes , uma na forma,
Se não houver uma educação financeira sempre estaremos, enquanto sociedade, aprisionados pelos barões do sistema financeiro. Saudades de Getúlio, Brizola, Darcy Ribeiro, dentre outros….